sexta-feira, 17 de abril de 2009

Para Pedro

Não só pelos seus lindos olhos. Também por eles. Olhos transparentes de mel que me encararam durante toda uma noite. Firmes e seguros, que eu tentei fugir enquanto pude. E aí seriam pelos seus olhos, pela sua boca, pelos sussurros no ouvido e pelo jeito de permanecer do meu lado que eu não te esqueceria mais.

Mesmos interesses na vida. Um encontro forjado. Mesmo assim, objetivos distintos. O convite foi aceito sem pretensões. Por curiosidade. Tudo parecia simplesmente um jogo inteligente. Três jogadores. Estratégias sutis. Probabilidades pouco conhecidas. Um triângulo de egos: dois similares entre si e um singular.

Nenhum resultado bom para dois era bom para todos. Para mim, ganharia mais quem perdesse tudo. Mas a informação já se tornou menos imperfeita e podemos considerar que se trata, talvez, de um jogo repetido. Me entrego. Vencida. E perder assim nunca foi tão bom.

A primeira rodada do jogo acaba. Surpreender-se pela estratégia alheia. Lidar com novo. Deixar minha estratégia dominante, abrir mão de considerar probabilidades. Sentir. Deixar a cabeça rodar, o arrepio na espinha, o respirar descompassado. Falta ar, sobram sensações. O meu não deixa de fazer eco e minha impressão era que você já sabia que seria assim. Sorte a minha. Ou sorte também não existe, assim como D'us? Não faz diferença agora. Perdi o jogo, que felicidade. Queria cair em contradição, negar a mim mesma, assim, todo dia.

Queria ter amanhecido do seu lado. Ou em cima ou debaixo de você. Ter te beijado por mais cinco minutos. Mas o mundo não acaba no dia seguinte. Ele só me parece diferente. Pensamentos alheios já me chegam sem eco. Não existe razão em medir forças quando o objetivo é fraco. A vida segue, os dias seguem e deixam o raso pra trás. Algumas coisas, além de muitas pessoas, perdem o sentido durante o caminho.

E você já me parece assim. Inteiro. Jogador de probabilidade 1 na forma de olhar nos olhos e questionar coisas simples que você mesmo já sabia. Abstrato. Contornou meus nãos estrategicamente sem negá-los. E sem saber, você me bastou. Naquela noite, sem se despedir.

"Definitivo, como tudo que é simples".

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