domingo, 26 de abril de 2009

Ah, o tédio

As pessoas podem dizer que eu sou louca. Muitas pessoas dizem mesmo. Outras dizem que provavelmente sou bipolar. Bem... eu não sou! Já fui em psiquiatras diferentes, em psicólogos diferentes e nunca chegaram a cogitar esse tipo de problema.

O problema é que eu canso rápido das coisas e das pessoas. Na verdade, eu estou longe de achar que isso é um problema. Acho que problema seria viver todos os dias da mesma forma, se interessando por mais do mesmo sempre. Pelas histórias repetidas. Tem gente que não gosta de surpresas. Eu adoro. Não sei viver sem o novo.

Além da maioria das pessoas buscarem ser iguais a todas as outras, elas acabam sendo iguais a elas mesmas. Serão amanhã o que são hoje e o que foram ontem. E isso não tem a ver com rotina. Desculpa se te surpreendi.

Fazem sem querer, sem se importar. "Ah, você pensa demais", você diria. Eu concordo. Pensar de menos, todas as vezes que tentei, me fizeram uma pessoa angustiada. Eu ainda consigo me surpreender pensando demais em tudo. E aí está, talvez, a minha forma de viver. Pensei de menos não de forma planejada, só aconteceu. E aí sim foram surpresas, suspiros, falta de ar na medida certa.

As vezes penso demais quando deveria deixar meus pensamentos calados e deixo de pensar e fico entendiada. Adoeço. E nessas horas de medidas trocadas que é hora de fechar os olhos e deixar vir somente imagens que chegam, soltas, coloridas. E tudo toma um novo lugar, de outra maneira. As mesmas pessoas que faziam parte da minha vida já tem outro tamanho, mudaram de endereço. Cansei e não me importo se não é bem assim como eu enxergo. Nossos tempos são diferentes, dois dias pra você, dois anos pra mim. Passou, era tédio.

Sabe, às vezes cansamos de viver só de respostas, reações. Tudo quanto andava vivendo era de reações alheias. E agora que eu cansei? Ter sempre as melhores perguntas, os incentivos certos, a forma criativa de fazerem-se interessar é divertido só até certo ponto. E o meu chega rápido. Eu gosto mesmo de sentir meus olhos brilharem por um bilhete interessante deixado na cabeceira da cama. Não qualquer bilhete... E na falta dessas horas, meu coração se cala, meus olhos só enxergam preto e branco.

E cansada, durmo de novo, com um meio sorriso no rosto, deitada no meio da cama. Também não foi você que transformou meu tédio em melodia. E não foi surpresa nenhuma.

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