sábado, 17 de julho de 2010

As pessoas da minha vida #4 – A partir e além da internet

Eu pensei um pouco sobre qual seria o tema entre as pessoas da minha vida que eu escreveria hoje. Porque, eu sei, passou um tempão e eu não dei as caras por aqui. E tanta coisa acontecendo – nada muito ruim mas nada muito bom também, até quero escrever um texto sobre isso – e resolvi escrever sobre aquelas pessoas que conheci antes de dar um abraço. Aquelas que eu não sabia se eram idênticas ou completamente diferentes das fotos, posts e jeito de escrever.

Eu já conheci muita gente na internet. Muita! Mas isso é a coisa mais normal hoje em dia. Esses dias eu estava pensando em como é conveniente conhecer pessoas na internet. Você simpatiza, se aproxima, se a pessoa é mais ou menos aberta ela te responde. E assim a coisa vai indo. Até que se marque um jantarzinho, uma cervejinha, um encontrinho. No diminutivo, que é pra não ter pretensão. Pela internet é tudo meio sem pretensão. Você não tem lá compromisso, não existe cobrança. Você responde aquele email quando quer, aparece online quando está disposto, se conecta no skype e deixa a bolinha verde quando está a fim de papo.

Mas muitas de todas as pessoas que conheci primeiro entre teclas foram importantes pra mim. Já chorei e esqueci muito da vida na frente de uma tela, molhando o teclado. Já matei saudades, já dei conselhos e já ajudei muita gente a não fazer burrada. Já aumentei o volume do micro no máximo e esperei alguém me chamar no meio da madrugada pra falar da vida. Quantas noites de insônia não foram compartilhadas conversando, rindo e aprendendo com os problemas alheios. Mas muita gente que conheci nesses dias que tudo que eu queria era só que o tempo passasse mais rápido fazem verdadeiramente parte da minha vida.

Teve gente que conheci pela internet que virou namorado ou quase isso. Algumas (poucas) vezes, mais que isso. Se tornou aquela pessoa que não precisa te abraçar pra se fazer presente. Teve gente que se tornou amigo de verdade. Daqueles que larga tudo pra ligar o computador, achar conexão lá na puta que pariu pra poder falar com você e ainda te ajuda, mesmo você morando no Canadá e a outra pessoa está morando no Brasil, tendo filho pra cuidar, trabalho pra dar conta e fuso horário no meio.

E eu valorizo. Valorizo gente que não vê diferença entre se comunicar pelo teclado quando não existe possibilidade ou fica difícil de se olhar nos olhos e estalar um beijo na bochecha. Valorizo porque é, de qualquer jeito, tempo destinado a pessoas que você gosta. Não importa a forma. E até porque, é sempre uma forma de abrir caminho para que encontros novos, com novas pessoas, para além da internet, aconteça.

A todas as pessoas que já cruzei por aqui, entre teclados, lágrimas, gargalhadas, vídeos compartilhados, notícias de longe. Comentários – meus ou seus – no blog, identificações entre textos e reticências soltas. A todos aqueles que me conheceram mais de perto, que conhecem o som da minha risada e sabem pelos meus olhos que estou segurando o choro. Mas que sabem, principalmente, pelas minhas frases soltas do twitter, facebook, ou msn quando eu estou a ponto de dar cabeçada na parede. Muito obrigada! Todos vocês são, foram e serão importantes na minha vida. E não por acaso. Como não é por acaso que as pessoas entram na minha vida. E muita gente já entrou na minha vida por uma janela pulando na minha tela! Mas, por acaso, esse é o tema do próximo texto!