Março virou abril, quase um mês sem escrever. Minha vida sem mim parece muito mais interessante, ainda mais agora que já estou realmente fora dela!
Sempre soube que na vida eu teria que me despedir de muitas coisas e de muitas pessoas. Teria que lidar com a finitude do mundo. Adeus, nos vemos, até a próxima. Ninguém pode ter tudo nessa vida. Não tem espaço. Não dá tempo. Mas ter tudo é muito pra quem se vive um dia de cada vez. Quero só mais cinco minutos na cama, pra dar bom dia com calma pra quem eu escolhi ser de novo.
Quase um mês sem escrever e só três dias para perceber que muitas vezes nos tornamos quem nunca fomos e, ainda assim, nos mantínhamos alheios a nós mesmos. Três dias e as perguntas já não são mais as mesmas. As respostas são tantas que me sinto inundada por informação. Mas não sinto mais medo de abrir os olhos e não enxergar nada!
Despedidas são diferentes de abandonos. Apesar que se despedir em alto e bom som daqueles que não tem ouvidos para escutar ou mesmo acenar para aqueles que não enxergam além do umbigo, dependendo da perspectiva, pode ser considerado abandono. Mas não importa. Tenho todo o direito do mundo de deixar uma vida que não era a minha. Dar espaço pro sorriso deixar de ser amarelo, pros olhos brilharem, pra resgatar a leveza. Pra me encontrar todas as tardes e não sentir saudades de nada e de quase ninguém.
Outra pessoa, o mesmo nome, sem nenhum título, cargos trocados, cadeira vazia, coração cheio. Já preciso de pouco pra viver. Tão pouco que nem imaginava tentando sobreviver, me escondendo atrás de status e verdades rasas. Pois é, a minha canela fica a um palmo acima. [E ainda tem quem se afoge num copo dágua!]
Outra pessoa, coração cheio, o brilho dos olhos que é meu, sorrisos verdadeiros. [Deixa pra lá o que já foi deixado]. Vontade do novo de novo. Aprender outras línguas. Aprender com línguas alheias. Experimentar ser quem se é de forma diferente. Assumir o que se quer e não se julgar com base nas verdades alheias. Querer mais sem querer tudo. O que não foi já foi, não é mais. Só mais um adeus. Já te quis por ser tanto, já não te quero mais por ser pouco. Até escalas mudam.
E algumas coisas terminam sem se completarem. [E não há paradoxo algum nisso!]
Nenhum comentário:
Postar um comentário