domingo, 25 de janeiro de 2009

Triste. É assim que eu me sinto quando preciso me despedir dos meus sentimentos. Da última vez que nos encontramos talvez eu não tivesse a real dimensão do que se instalaria no meu coração depois de nos despedirmos.

As vontades compartilhadas, os sorrisos trocados, o humor fino e os olhares que se cruzavam e corriam pra se evitar não negavam que o que sentimos um pelo outro, assim que nos vimos, foi identificação. E o que um não tinha se bastava no outro.

Sabe, com você eu me senti completa. Nunca ninguém conseguiu me deixar tão a vontade para que eu fosse eu. E eu nunca imaginei que existisse alguém com o seu sorriso. O sorriso que você me deu durante toda aquela última vez.

Eu não disse, mas eu queria você pra sempre depois de te encontrar pela última vez. Nos meus sonhos você volta pra dividir um abraço e conversarmos rindo, jogados no sofá. A chuva cai lá fora em compaixão a minha tristeza. Me pergunto onde você está que não aqui, do meu lado. Fico me perguntando quando foi que te perdi, mas a verdade é que nunca te ganhei.

Sei pouco pra dizer que compreendo, que estamos em diferentes fases de vida. Que você ainda tenta se livrar das cinzas de um incêndio recente da sua alma e que ainda quer acreditar que, com cinzas, se constroi um castelo. Só sei sobre mim. Que estou sentada na janela, vendo a chuva passar. É, parece que nem tudo dura pra sempre. Vai passar. Digo isso com os olhos meio mareados, mas minha alma está tranquila.

Queria ter te encontrado pelo menos mais uma vez, pra ter oportunidade de me despedir. Certas coisas, até algumas não começadas, deveriam ser terminadas. Queria saber como você anda, o que tem feito nas suas noites de chuva, nas manhãs de segunda. Se prefere café amargo ou chá. Queria que você se entregasse inteiro, como me entregou o seu sorriso. Mas sei tão pouco...

Depois da última vez que nos encontramos, precisava de mais uma. Não pra dizer tudo que eu não disse, nem pra escutar em palavras o que o silêncio diz. Precisava dos seus olhos sem evitar os meus, pra ter certeza que a última vez que nos encontramos não foi a primeira. E que eu não vejo nada além do que os seus olhos quando você me olha...


[Saudades do seu sorriso, menino desconhecido]

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