sábado, 3 de maio de 2008

Mania

Eu tenho mania de guardar quase todos meus emails. Mas não tenho mania de relê-los. Tenho mania de escrever pros meus amigos e, muitas vezes, escrevo emails longos contando o que se passa na minha vida e no meu coração.

Às vezes eu sento e releio alguns deles, principalmente aqueles que eu enviei. Além de ser uma forma de manter a memória, é um jeito de olhar o que se passou com você em determinadas circunstâncias e como você reagiu a muitos dos acontecimentos e sentimentos.

Hoje, não sei se por vontade ou necessidade (ou as duas coisas!), reli alguns emails trocados. Além de retomar sensações, me surpreendi rindo de mim mesma. Percebi a sutileza de como mudamos em todos os sentidos em questão de semanas.

Talvez muitas pessoas defendam a idéia de que não se deve viver de passado. Eu enxergo isso de uma forma um pouco diferente. Reviver certas coisas com a possibilidade de se observar por outro ângulo, com certo distanciamento, nos faz perceber muito: o que passou, o que éramos e como nos tornamos quem somos. Além de ser bastante engraçado!

Foi quase estranho reler trocas de emails em que esperneei por nada. Ver certos contextos em que fui extremamente exagerada e entendi tudo errado. Ri dos meus chiliques em forma de frases, transbordamentos de emoções sem propósito, tudo tão intenso e irreal. Quase uma caricatura de mim mesma!

Mas também senti saudades dos emails datados de alguns poucos meses atrás, dos emails coloridos, de poemas encaminhados. Tanta coisa que passou e tanta coisa que não aconteceu.
Reli alguns emails e fiquei pensando se os destinarários dos emails chegarão a relê-los em algum momento.

Me surpreendi também nas frases que continuam a mostrar tudo que eu ainda sinto e desejo por pessoas tão especiais que ainda fazem parte da minha vida de certa forma, não só nas lembranças e recordações. Reafirmei com os meus pensamentos como existem sentimentos que não me deixam. Talvez por conseguir, algumas vezes, demonstrar através de palavras e mais palavras, tudo aquilo que não cabe em mim. Todos meus valores nas entrelinhas, meus suspiros nas reticências, todo o gosto nos beijos de despedida.

Não me surpreendi em me perceber sorrindo com os olhos cheio de lágrimas e sentir a sensação de que, mesmo no meio de chiliques e esperneações, tantas palavras podem ter sido escritas em vão, mas o que retorna na releitura dos meus sentimentos foi real.

[Saudades de algumas trocas de email no meio do dia... Nostalgia...]

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