terça-feira, 4 de março de 2008

E os dias seguem...

A sensação de milhares de coisas acontecendo ao mesmo tempo já diminuiu. Agora, a sensação é de que tudo começa a tomar o seu lugar. O novo, enfim. E tudo aquilo que já existia parece ter um novo sentido. A ansiedade não é mais aquela que paralisa. O cansaço causado pela correria e pela dúvida toma a forma de coisas tangíveis, resultados findos, relatórios assinados.
Nas últimas duas semanas assinei muitos papéis. Tudo burocracia. Mas vi todos esses papéis como cartas de despedida e cartas de boas vindas.
Troca de emprego, troca de caminhos, troca de conta-salário. Troca de chefes, troca de mesa, troca de rotina. Troca de guarda-roupa, troca de sala. Troca de amores com o mesmo nome? Também… [Estranho... mas imagino que Freud me acharia bastante óbvia!]
Sensação de tudo novo. Mesmo que todo o processo de mudança não tenha terminado. Ontem mesmo parei por um momento pra me olhar e comparar minha vida com a de dois meses atrás. Abri um sorriso, meio nervoso, é verdade. Será que pode uma pessoa mudar tanto em tão pouco tempo? Ou será tudo plástico e superficial? Desconfio que quando temos a coragem de definir mudanças como mudanças, elas são reais. E que a dúvida do superficial não se mantenha por muito tempo. É só o novo e o desconhecido. Disforme, não internalizados (ainda!).
Mas ontem a noite recebi um elogio inesperado. O novo amor com o velho nome, depois de uma noite toda de conversa regada a whisky e música boa, disse que o que mais chamava a atenção em mim era a minha felicidade. Curiosa, perguntei de que forma ele enxergava isso, me conhecendo tão pouco. E ele respondeu, de uma forma menos melosa e mais sincera que o sorriso dos meus lábios era o mesmo do sorriso dos meus olhos. Eles eram cúmplices e complementares. E brincou dizendo que ele tinha certeza de que ele não era o motivo daquela minha felicidade toda. E não era, claro. E ele sabia disso. Mas imagino que ele saiba que a agradável noite de ontem elucida bem o processo das minhas reorganizações dos últimos tempos.
Os dias seguem, agora, sem me atropelar.

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