sábado, 20 de outubro de 2007

Ainda faço as minhas escolhas

Já é quase a coisa mais chata do mundo problematizar certas coisas. Nem graça mais tem em se sofrer por amor. Ou pela falta dele, que seja. Eu sei que a menos de cinco minutos atrás eu estava fazendo exatamente o contrário: eu estava tentando problematizar o que nem chega ainda a ser um problema. No melhor estilo “ó céus, ó vida!”.

Tudo bem. Tá certo que eu adoro exagerar. Sempre gostei um pouco de ser fora do padrão. Mas penso que, mesmo sem fazer isso, enxergar problema onde não tem, amar quem ainda nem ocupa espaço na minha vida, continuo um tanto fora do padrão. Até porque penso que não existe um padrão, uma regra em que se diz: “sofra por isto, não sofra por aquilo”, “sofrimento permitido somente após o segundo mês completo de envolvimento emocional”. Talvez impor regras claras ajudasse muito àquelas pessoas que adoram seguir regras, mas no meu caso, não faria a menor diferença. Acho que essa coisa de sofrimento tem muito de escolha e, consequentemente, muito do que se valoriza na sua vida em determinado momento. Eu, como tudo que eu faço, levo as coisas sempre muito a sério. Muito mesmo. Com o sofrimento não seria diferente. Se é pra sofrer, eu vou sofrer “direito”. Vou ficar sem dormir, torcer para o telefone tocar e ficar péééssima quando isso não acontecer, vou pensar numa pessoa todos os minutos do dia e ficar exageradamente chateada se não for recíproco (e caso se torne recíproco vou achar tudo muito chato e sofrer para terminar tudo sem fazer a outra pessoa sofrer!). E como tudo que se faz “bem” feito, sofrer desse jeito demanda tempo e energia.

Dessa vez, escolhi não sofrer. Talvez simplesmente porque eu tenha resolvido, desta vez, dedicar todo meu esforço e minha dedicação, todo meu tempo e minha energia, em coisas menos complexas do que esse sofrimento. Preferi dormir as mesmas horas de sempre, estudar como se deve e tentar ocupar a minha vida com a minha vida! Sofrer “mais ou menos” não tem graça! É claro que eu vou me sentir triste algumas vezes. No entanto, é só não dar tanta importância pra tudo aquilo, vivendo sim todo aquele sentimento, mas de uma forma redimensionada, dando só a devida importância praquela tristeza. Sabendo que essa tristeza é só um pedacinho (e um pedacinho que acaba!) da sua vida. Talvez comparada a uma unha quebrada. Que incomoda assim que quebra e você sente certo incômodo durante toda uma semana. Mas quando você pára de olhar pra ela (ou simplesmente quando aquela pequena semana acaba!), a unha já cresceu e você mal se lembra daquilo.

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