Se engana quem pensa que este texto trata de contar sobre um lindo e romântico encontro ao acaso, com o grande amor da minha vida. Não, não trata. Até porque não dava pra falar de grande amor da minha vida, assim no singular, já que os dedos das mãos já são insuficientes para contar todos aqueles que já chamei de grande amor da minha vida. Tão comum quanto beber água!
Vou falar dos encontros ao acaso, das pessoas que você encontra onde menos espera. Aquelas pessoas que você conhece, mas faz anos que você não a vê. Aí encontra no meio da rua e você sempre pisca de novo, apertando os olhos, os dois juntos, pra ter certeza que REALMENTE é alguém que você conhece, mas está "meio" diferente. Porque, geralmente, as pessoas mudam com o tempo. Engordam, emagrecem, pintam o cabelo de vermelho (ou verde, ou amarelo, ou todas as cores juntas!), perdem o cabelo, se descobrem gays.
Depois que comecei a morar em São Paulo, isso acontece com certa frequência. Ainda mais quando estou em lugares ou passando por avenidas que todas as pessoas vão, como a Av. Paulista ou qualquer shopping da cidade. E como se diz lá na minha cidade: assisense é praga! Tem sempre um perdido em qualquer lugar que você vá, e eles se multiplicam mais que a gripe suína.
Depois que comecei a dar aula, isso acontece com mais frequência ainda! A última vez foi no casamento de uma das minhas melhores amigas. O casamento aconteceu numa sexta-feira e eu iria dar aula sábado. Eis que, no meio da minha animação, quando todas as amigas de faculdade sobem com a noiva no palco para pagar aquele mico, que eu escuto alguém chamar o meu nome. E não é que era um dos meus alunos da turma que eu daria aula no outro dia? Reação 1: olhar para o copo e se certificar de que realmente eu estava tomando água. Reação 2: não deixar ele perceber que eu não lembrava o nome dele. Reação 3: ignorar as loucas gritando o meu nome de cima do palco, dançando e cantando com o banda.
Pois é, encontro ao acaso, no meu caso, raramente é uma experiência tranquila.
A última foi no final de semana passado. Acordei no domingo, aquele sol, aquele dia lindo depois do dilúvio de sete dias, coloquei um tenis, uma roupitcha de academia, prendi o mísero cabelo que eu tenho do jeito que deu, e fui. Eu e John Mayer no meu Ipod, cantando e andando feito loucos pela rua. Eis que, de repente, eu vejo saindo de um prédio alguém que parecia ter a mesma reação que a minha. Aquela cara de alface tentando ser simpática mas que no fundo você sabe que está pensando o mesmo que você: que raios você está fazendo no meu caminho de domingo?
Era um professor querido que eu trabalho junto mas que com certeza não queria me ver em pleno domingo de férias e de sol no meio do caminho dele. Passou, achei graça e, pelo menos, ele estava tão desgrenhado quanto eu!
Quando imaginei escrever sobre encontros ao acaso, pensei se me lembrava de algo bonito e emocionante, romântico. Do tipo que vemos em filmes, mas não encontrei nenhum nas minhas memórias. E juro que todas as vezes que eu vou ao supermercado eu olho bastante para os lados. E só quem tem puxado papo são as velhinhas simpáticas me pedindo ajuda para enxergar o preço dos produtos ou para dar dicas sobre produtos de limpeza.
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