sábado, 9 de maio de 2009

Te deixo ir

Sem ressentimentos, te deixo ir.

Confesso que ameaço sentir frustração, um certo ar triste e morto, de quem quis - não muito, é verdade - e não enxergou possibilidade. E não falo sobre dias e dias seguidos, como quem quer construir algo, valores e lembranças. Pensava só em noites divertidas, conversas despretensiosas, horas a menos de sono. Gostos em comum. Um vinho a mais, o mesmo sofá.

Sem pretensão, te deixo ir.

Eu, que não chego a ficar triste. Não lamento, mal suspiro. De fato, espero pessoas que cruzam a minha vida para fazer diferença. Quase sempre, essas pessoas - as que cruzam a minha vida e não ficam - tem potencial para tal. Mas no mundo - e na vida - ninguém é nada só potencialmente.

A falta de uma notícia boa não chega a ser uma notícia ruim. Mas a falta - de sal ou de açúcar - traz um gosto estranho, insosso. Alheio.

E nisso de sobrar tanta falta para colorir até mesmo de fantasias a minha realidade, você se torna branco demais para contrastar com o meu branco e some.

Um vazio. E você vai. Já não preciso ou não deixar. E mais uma vida é vivida, em cinco minutos.

Te deixei ir. Sem me despedir...

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