Acordou. Levantou com sono. Se olhou sem vaidade. Se vestiu sem vaidade. Sentia-se feliz de certa forma. Pensou que ainda precisava se acostumar com esse tipo de felicidade. A dos dias simples, sem grandes acontecimentos. Sem tragédias e sem grandes surpresas. Afinal, um grande amor ou uma grande desilusão não se encontra em todas as esquinas.
Por rotina, vestiu os saltos, secou o cabelo, combinou a calcinha com o sutiã. Totalmente sem vaidade.
Ela nem sabe quantos minutos demorou para chegar ao trabalho naquela manhã. Distraiu-se ouvindo as notícias econômicas pela rádio e nem falou sozinha sobre os últimos acontecimentos. Parecia ter se esquecido de todo o tumulto vivido em pensamentos na noite anterior.
Cumprimentou a todos com um sorriso educado. Respondeu emails, terminou relatórios, conversou com clientes. Não almoçou. Recebeu elogios e agradeceu. Viveu. Sem vaidade.
Despiu-se de toda sua normalidade para uma conversa que durou mais do que imaginaria. Lembrou de algumas noites vividas e sentidas. Arrepiou da cintura à nuca quando insinuaram as mesmas lembranças que as suas. Suspirou.
Jantou com seu irmão um rodízio de comidas japonesas. Lembrou como “ele” gostava tanto disso e o imaginou dizendo: “gostoooso!”.
“Gostoso seria poder te abraçar com as pernas e sentir frio e calor ao mesmo tempo”, pensou. Sorriu e sentiu-se envaidecida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário