E quando a gente menos espera, a vida já passou. E tudo continua sendo como antes.
Aquele menino de olhos escuros e cílios compridos, que gosta de cartas, fala pouco sobre si e ainda assim consegue ser sincero, quase já voltou com a namorada. E mesmo sem escutar sua voz, sinto um nó de arrependimento em sua garganta. Mas não posso dizer nada. Não dessa vez. Quero que ele seja muito feliz. Isso me basta. E tudo o que eu sinto? Vai continuar por um tempo. Até se transformar tudo em saudade.
Comecei a pensar no que poderia ter feito diferente para ser diferente. Desviei com cuidado e, mesmo sem vontade, deixei pra lá. Existem coisas que só devem ser sonhadas, não vividas. Sorri, lembrei do que não foi. Muita coisa já ficou pra trás sem mesmo ter ameaçado acontecer. Nada demais. Só pequenos momentos feitos das pequenas coisas consideráveis.
Ele quase já voltou com ela. Eu estou me despedindo. A contragosto, é verdade. Está passando. E amanhã? Amanhã vou ter que voltar a viver a minha mesma vida antes de conhecê-lo. Pouca coisa mudou. Só que agora tem a saudade, com cor de nostalgia e gosto desconhecido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário