segunda-feira, 7 de abril de 2008

Humor delicado

Uma das coisas que eu não suporto é ser comparada. Não gosto. Até porque todas as vezes que eu páro pra me olhar, tentar me entender, eu já faço isso muito bem. E digamos que eu tenho um olhar bastante crítico sobre eu mesma. Então, quando alguém faz isso comigo, mesmo que indiretamente, me irrita. E não me venha dizer que foi de brincadeira.
Homem é cheio disso. Fala uma coisinha azeda e diz: é brincadeira! Pode até ser brincadeira, mas eu não sou a primeira pessoa que diz que toda brincadeira tem um fundo de verdade.
Ontem mesmo. Eu estava num humor delicado. Humor delicado não é mau-humor. Mas também não é bom-humor. É aquele humor que você não está para humanos, que prefere ficar quietinha. Que não quer que ninguém faça aquela brincadeira sem-graça com você e quer, menos ainda, que te comparem. Comparar para depreciar, que fique bem claro.
Porque no final de semana você já se maltratou demais nesse quesito.
Certas pessoas têm a infelicidade de fazer as brincadeiras erradas nas horas erradas. E lá foi ‘ele’ dizer que a amiga que estava em casa era muito bonita e muito simpática. Tudo bem, comentário pertinente e bastante válido. Hora imprópria. O elogio à minha amiga veio quando ele estava na MINHA CAMA e passou despercebido naquele momento.
Na noite do dia posterior, quando chegou uma sms dele, os beijos eram pra NÓS e não pra mim. E quando a janelinha piscou no domingo, era dela que ele queria saber. Emendou dizendo que era pra eu passar o recado a ela de que ele não era grudento e que era uma pena ela ir embora hoje pela manhã.
Depois do esculacho todo, de eu ficar me sentindo um lixo e me sentir um ET, eu ainda tinha cara de pombo-correio.
Tudo isso para depois ele soltar: É brincadeira!
Brincadeira ou não, eu já estava do tamanho de algo que caberia numa caixa de fósforos. Apesar de tentar esconder e me mostrar forte! Ô… quem será que eu queria enganar?
Quando eu disse que ele havia dormido no quarto errado e que ele tinha perdido a oportunidade de encontrar com ela no bar de sábado, ele se doeu.
Meu humor estava delicado. Não tão delicado a ponto de eu não aguentar e dizer a ele que a minha primeira opção na cama também não era ele. Ele era só a segunda… ou, quem sabe, a terceira, a quarta… Que tem homem que não tem o corpo que ele tem, mas que corpo não é tudo, meu bem! Que a química é muito mais importante que o físico! Ahh… é BRINCADEIRA!
Cama é só um detalhe. Importante mesmo é ter um rosto perfeito, só 7% de gordura no corpo, uma voz “sou sexy e simpática”, uma pintinha no queixo, uma marquinha de biquíni e, claro, silicone.
Eu até entendo que homens fantasiam em cima da figura de certas mulheres bonitas e vice-versa. Quem nunca viveu uma fantasia que atire a primeira pedra. Mas acho maduro e necessário conseguir separar o que é real do que é fantasia!
Tem gente que não consegue e acaba desvalorizando a realidade. É… Brinca com a realidade. Como se ela lhe valesse muito pouco.
A realidade, aquela que mora na casa ao lado, que conversa com você em pé de igualdade. Que tem perna demais, bunda demais, cabelos esvoaçantes de menos, histórias mirabolantes de menos. É só o que é possível. SÓ! Tem gente que não se contenta com o SÓ e perde a realidade pra NÃO ficar com a fantasia. Essas pessoas acabam sem nada. É triste, mas é a realidade. E a fantasia já se perdeu…

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