terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Fora de contexto




Você gostou de mim porque eu era racional e eu de você porque você era real. Eu fazia parte das suas fantasias e você era só uma pessoa que me chamou a atenção pela inteligência racional.

E tudo aconteceu. Trocamos de expectativas e de visão um pelo outro e, no meio de conversas pontuadas por subjetivas intenções, vontades e desejos se tornavam explícitos. Eu fingi negar e você insistiu. Não de forma truncada, categórica. Só bem argumentada. E eu não resisti aos seus argumentos.
Nada de jogos de sedução. Conversamos brincando de teoria aplicada, temperada de bom humor.

Você enfrentou as minhas inseguranças e fez eu mudar de idéia. Atravessou a cidade e chegou em casa, sóbrio. E eu me sentia completamente embriagada de insanidade. Respirei fundo, tentei disfarçar. Conversamos olhando nos olhos até o ponto em que deixamos nossos corpos e sentidos falarem por nós.

Das horas seguintes lembro cada detalhe. Cada cheiro e cada gosto. Palavras sussurradas e respiração descompassada. Mas sou incapaz de descrevê-las. Me falta racionalidade e senso de realidade para isto. E sairia do contexto desse texto tão curtinho que escrevi lembrando de você.

3 comentários:

  1. Alice,
    adorei a forma como vc escreve! Simplesmente envolvente, me identifiquei mto com esse "texto tão curtinho".
    Ah! e a imagem ....sensacional!
    abraços

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  2. Ah... e toda vez que eu descrever algo ou alguma coisa, será sempre diferente! É tudo novo de novo... SEMPRE! ;)

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